domingo, 20 de julho de 2014

CEDIR no Instituto Diocesano de Teologia, em Barra Mansa

O Candomblé e a Wicca foram temas de aula no Instituto Diocesano de Teologia Monsenhor Barreto, em Barra Mansa. Parte da disciplina "Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso", ministrada pelo professor Giovanni Battilana, a matéria sobre religiões não cristãs foram debatidas com os alunos, contando com a presença de religiosos.

Candomblecista Márcia Meireles em debate com os alunos do IDT.


A coordenadora do CEDIR, Márcia Meireles, foi convidada pela aluna Jaqueline Defante para falar sobre algumas práticas religiosas no Candomblé, bem como sua experiência como religiosa e a forma como vivencia a espiritualidade. O encontro foi no dia 04 de abril. 

Sobre o Candomblé, religião de origem africana, Márcia foi bastante enfática ao dizer que "o preconcento é fruto da ignorância e no caso das religiões afro, acrescente-se aí uma boa dose de racismo. Há uma tendência a depreciar tudo o que vinha e vem do negro, inclusive sua cultura e sua religião. Candomblé, logo após a abolição, era assunto de polícia. Até hoje, nos museus da polícia Civil do Estado Rio de Janeiro ou da Bahia, há muitos objetos ritualísticos em exposição, que foram apreendidos. Esses artefatos seriam provas da suposta deliquência ou anormalidade mental da comunidade negra. Na Bahia, o Instituto Nina Rodrigues mostra exatamente isso: que o negro era mentalmente inferior, portador de um distúrbio psíquico por ter sua própria crença, seus próprios valores, sua liturgia e seu culto."
 
Confraternizando após o debate
"O diálogo inter-religioso traduz a riqueza de um novo aprendizado: a relação com a diferença e com a alteridade significa a “apropriação de outras possibilidades” e a “abertura à mútua transformação”. Esse desafio dialogal, complexo e laborioso é imprescindível para as religiões. Na ausência desse intercâmbio criativo, as religiões fragilizam-se, carecendo da atmosfera essencial para a sua afirmação e crescimento." (Professor Faustino Teixeira)


 Já no dia 06 de junho, os wiccanos foram convidados para palestrar sobre a tão falada, mas pouco conhecida religião Wicca. Os sacerdotes Og Sperle e Jussara Gabriel, da União Wicca do Brasil - UWB, convidados através do CEDIR, vieram do Rio de Janeiro especialmente para falar sobre suas experiências religiosas, esclarecendo os mitos sobre bruxaria e magia, explicando de forma bem didática.


Sacerdote Og Sperle e Sacerdotisa Jussara Gabriel, da UWB
A Wicca é uma religião neopagã, politeísta, de culto basicamente dualista, que crê tradicionalmente na Mãe Tríplice e no Deus Cornífero, ou religião matriarcal de adoração à deusa mãe. Estas duas deidades são muitas vezes vistas como faces de uma divindade panteísta maior, ou que se manifestam como várias divindades politeístas. A Wicca também envolve a prática ritual da magia, em grande parte influenciada pela magia cerimonial do passado, muitas vezes em conjunto com um código de moralidade liberal conhecida como a Wiccan Rede, embora não seja uma regra. Embora algumas tradições adorem o celta Cernuno, símbolo da virilidade.

Existem diversas tradições dentro da Wicca. Algumas, como a Wicca Gardneriana e a Alexandrina,
Presidente da União Wicca do Brasil, sacerdote Og Sperle

seguem a linhagem iniciática de Gardner; ambas são frequentemente denominadas de wicca tradicional britânica, e muitos dos seus praticantes consideram que o termo "Wicca" possa ser aplicado unicamente a elas. Outras, como o cochranianismo, Feri e a Tradição Diânica, tomam como principal influência outras figuras e não insistem em qualquer tipo de linhagem iniciática.

Alguns destes não usam o termo "Wicca", preferindo "Bruxaria", enquanto outros crêem que todas estas tradições podem ser consideradas wiccanas


Para encerrar, o acolhimento fraterno dos alunos do Institituto Diocesano de Teologia, com um delicioso café.


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