Desconheço a autoria, mas compartilho com
todos a essência do que seja o Candomblé, visto por um adepto. E se isso
tudo o que está aqui não pode ser considerado, ainda, religião, eu não
consigo entender o que é ligar-se ao Sagrado.
O CANDOMBLÉ QUE EU ACREDITO
O Candomblé que eu acredito é aquele construído por todos, espaço e tempo de continuar...
O Candomblé que eu acredito abomina a feitiçaria, o topa tudo por dinheiro, o materialismo desenfreado...
O Candomblé que eu acredito tem no Òrìsà o início, o fim e o meio, último e único recurso...
O Candomblé que eu acredito é o das velhas e negras senhoras, de fé inabalável e sabedoria que brota das raízes...
O Candomblé que eu acredito adora árvores como deuses, e tem na vida seu bem supremo...
O Candomblé que eu acredito é aquele onde o rechilieu não suplanta valores e onde não se substitui a forma pelo conteúdo...
O Candomblé que eu acredito resistiu à escravidão, ao porrete da polícia, a marginalização e demonização sempre lhe imputada...
O Candomblé que eu acredito se faz no dia-a-dia, na convivência, na tolerância com o irmão, na humildade, e numa infinita paciência consigo e com os outros...
O Candomblé que eu acredito não é um modismo, um suvenir, algo descartável que jogamos fora quando não nos serve mais...
O Candomblé que eu acredito não é um show de estética extravagante, circo dos incautos, mas um ritual de celebração a vida...
O Candomblé que eu acredito é uma experiência vivida de amor pleno ao Deus Pai e Mãe, dentro e fora de nós...."