sábado, 22 de março de 2014


Fé Bahá'í

Fé Bahá'í


A Fé Bahá'í é uma religião mundial independente, com suas próprias leis e escrituras sagradas, surgida na antiga Pérsia (atual Irã) em 1844. 

Foi fundada por Bahá’u’lláh, título de Mirzá Husayn Ali (1817-1892), e não possui dogmas, rituais, clero ou sacerdócio. 

Com aproximadamente 6 milhões de adeptos, é a segunda religião mais difundida no mundo, superada apenas pelo Cristianismo, conforme afirma a Enciclopédia Britânica. Os bahá’ís residem em mais de 170 países do mundo, em praticamente todos os territórios e ilhas do globo. 

De acordo com os Escritos da Fé Bahá'í, o Convênio é um pacto entre Deus e a humanidade, previsto em cada revelação. Seu objetivo é tanto de garantir melhorias no mundo humano, prolongando os ensinamentos da religião, como evitar que uma nova revelação seja rejeitada pela humanidade no momento de seu surgimento. Assim, o Convênio é o acordo para que a humanidade reconheça o Manifestante de Deus para sua época, assim como o próximo Manifestante que surgirá na época seguinte.

Acreditamos que o Convênio de Deus com a humanidade chegou ao seu ápice atual com a revelação de Bahá'u'lláh, quando Ele estabelece o Convênio de maneira tanto conceitual quanto formal e define os meios para que não haja divisões da religião. Seguindo os Escritos, a força deste Convênio é explicitada por Bahá'u'lláh quando diz que este é "o Dia que não será seguido pela noite".

Neste aspecto, o que antes dera origem a divisões nas religiões anteriores, como no Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, e até mesmo na Fé Babí, não pode mais se tornar causa de divisão na Fé Bahá'í. Essas divisões são comumente conhecidas como seitas; porém, as seitas não são a única maneira em que as religiões são alteradas ou corrompidas de seu aspecto original. A Casa Universal de Justiça reforça esse conceito dizendo: "A Fé Bahá'í não deixou de ter homens ambiciosos que tentaram se apossar das rédeas da autoridade e deturpar a Fé para seus próprios fins, porém sempre se despedaçaram e destituíram suas esperanças na rocha do Convênio."

            A Revelação de Bahá'u'lláh é vasta. Seus ensinamentos estão reunidos em milhares de volumes, escritos tanto em Árabe quanto em Persa, e posteriormente traduzidos para os idiomas ocidentais por Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá'í. 

Na Fé Bahá'í não existe clero ou autoridade individual. O conselho administrativo internacional bahá'í é chamado de Casa Universal de Justiça. Trata-se de um corpo composto de nove membros eleitos a cada cinco anos pelos membros dos conselhos administrativos nacionais (Assembleias Espirituais Nacionais) de todo o mundo. Sua Sede permanente está localizada no Centro Mundial Bahá'í em Haifa, Israel.

O Brasil possui atualmente seis Conselhos Regionais Bahá'ís. Eles têm a função de auxiliar no desenvolvimento das ações de ensino da Fé e fortalecimento das comunidades locais nas regiões pelas quais são responsáveis, participando dos processos de planejamento das agências (incluindo os braços regionais do Instituto Ruhi de Capacitação e os Comitês de Ensino de Área) e realizando o acompanhamento ombro-a-ombro das Assembleias Locais. 

(Adaptado de textos disponíveis no sítio www.bahai.org.br)




sábado, 8 de março de 2014

WICCA

 WICCA


*Por Diogo Ribeiro e Og Sperle

          As pessoas procuram nas religiões as respostas às questões existenciais humanas, além de equilíbrio mental, conforto emocional e desenvolvimento espiritual. Quando a Wicca surgiu, na década de 50 do século passado, a sociedade não a levou a sério, e chegou a rotulá-la como mais um sistema mágico ou uma simples filosofia de vida. A Wicca é bem mais do que isso – É uma religião – e com o passar do tempo ela tem conquistado cada vez mais espaço e respeito.

          A Wicca é uma religião que estimula o desenvolvimento pessoal e coletivo, através de uma relação harmônica com o meio ambiente e da convivência pacífica entre as pessoas, pautada na tolerância e no respeito à diversidade. Na Wicca consideramos a natureza sagrada, pois enxergamos em seus ciclos e processos de transformação a própria manifestação dos deuses. Logo, acreditamos que ao celebrar esses ciclos, entramos em sintonia com a natureza e alcançamos um estado de comunhão com o divino. Percebemos o sagrado no todo e o vivenciamos em suas manifestações diárias, pois ele está em nós e ao nosso redor.

         

Crenças Wiccanas

       A Wicca é uma religião neopagã, mítica, politeísta, iniciática, de culto dualista e orientação matrifocal.

         A palavra paganismo vem do termo latino “paganni”, que significa “do campo”, referindo-se aos povos essencialmente agrícolas, seus costumes e crenças. Portanto, religiões pagãs eram todas aquelas onde se cultuavam os deuses da natureza e seus fenômenos, geralmente objetivando garantir boas colheitas. Como atualmente nossa sociedade não é mais basicamente agrária, e nem cultuamos os antigos deuses exatamente como no passado, hoje utilizamos o termo neopagão.

      Religiões míticas são aquelas baseada em algum sistema mitológico, onde os deuses são personagens em histórias que teriam acontecido no passado, mas que são relembradas e vivenciadas através de ritos e cerimônias. A wicca não tem uma mitologia única, pois cada tradição cultua diferentes panteões de deuses. O que todas as tradições têm em comum, independente de quais deuses cultuam, é que eles são os responsáveis pela sucessão dos ciclos sazonais.

          O politeísmo é a crença e culto em vários deuses, com atributos e personalidades próprias, em oposição ao conceito de Monoteísmo, que prega a existência de um único deus todo-poderoso.

       Religiões iniciáticas são aquelas onde é necessário passar por um determinado período de preparação e alguns ritos, para que uma pessoa possa ser considerada oficialmente um membro.

          O dualismo é a crença de que, dentro de tudo que existe no universo, existem forças opostas e complementares, como luz e trevas, masculino e feminino, yin e yang. Assim, a Wicca possui um culto dualista, porque, apesar de acreditarmos em vários deuses, durante nossas celebrações escolhemos um casal de deuses para representar a Grande Deusa Mãe, e sua contraparte, o Deus Cornífero.

        O matriarcado era uma estrutura de organização social presente na maioria das antigas civilizações. Nessas sociedades, a mulher tinha um papel de destaque, onde elas assumiam a liderança familiar e religiosa. O feminino era reverenciado pelo fato de somente as fêmeas serem capazes de dar à luz – um atributo mágico e sagrado da natureza, que é a Grande Deusa Mãe. Apesar disso, nessas sociedades, homens e mulheres eram tratados como iguais; diferente da atual sociedade patriarcal em que vivemos, onde a mulher é considerara inferior aos homens. Da mesma forma, na Wicca valorizamos a igualdade entre os gêneros. Os homens apenas precisam ter um respeito especial pelas mulheres, pois todos nasceram de uma mulher.

*Diogo Ribeiro é sacerdote wiccano. Og Sperle, sacerdote wiccano, presidente da União Wicca do Brasil - UWB. Artigo publicado no site da UWB http://uniaowiccadobrasil.org.br

quarta-feira, 5 de março de 2014

Respeito e Tolerância: Barack Obama

Barack Obama dando um show de tolerância e respeito para com as diferenças. 
 
Não à teocracia, não às bancadas religiosas, não à imposição de algumas crenças em detrimento de outras, não à subjugação do que é diferente. 
 
Aprendamos a ser políticos e a fazer política. 
 
Vale a pena assistir, são apenas 4 minutos!
 
 

segunda-feira, 3 de março de 2014

Qual é o lugar do religioso no mundo?

*Leonardo Boff

         Por mais que a sociedade se mundanize e, de certa forma, se mostre materialista, não podemos negar que vigora uma volta vigorosa do religioso, do místico e do esotérico nos tempos atuais. Temos a impressão de que existe um cansaço pelo excesso de racionalização e de funcionalização de nossas sociedades complexas. A volta do religioso apenas revela que no ser humano há uma busca por algo maior. Há um lado invisível no visível que gostaríamos de surpreender.

          Quem sabe não se encontre lá um sentido secreto que sacia nossa busca incansável por algo que não sabemos identificar. Nesse horizonte não confessional quiça faça sentido se falar do religioso ou do espiritual. Ele sofreu todo tipo de ataques mas conseguiu sobreviver. A primeira modernidade o via como algo pré-moderno, um saber fantástico que deve dar lugar ao saber positivo e crítico (Comte). Em seguida foi lido como uma enfermidade: ópio, alienação e falsa consciência de quem ainda não se encontrou ou caso se encontrou voltou a se perder (Marx). Depois, foi interpretado como a ilusão da mente neurótica que busca pacificar o desejo de proteção e tornar o mundo contraditório suportável (Freud). Mais adiante, foi interpretado como uma realidade que pelo processo de racionalização e de desencanto do mundo tende a desaparecer(Weber). Por fim, alguns o tinham como algo sem sentido, pois seus discursos não têm objeto verificável nem falsificável (Popper e Carnap).


          Estimo que o grande equívoco destas várias interpretações reside de no fato de colocarem o religioso num lugar equivocado: dentro da razão. As razões começam com a razão. A razão em si mesma não é um fato de razão. É uma incógnita. Ja rezava a sabedoria dos Upanishad:"aquilo pelo qual todo pensamento pensa, não pode ser pensado".Talvez nesse "não pensado" se encontra o berço da religioso, vale dizer, daquelas instâncias exorcizadas pela racionalidade moderna: a fantasia, o imaginário, aquele fundo de desejo do qual irrompem todos os sonhos e as utopias que povoam nossa mente, entusiasmam os corações, incendeiam o estopim das grandes transformações da história. Seu lugar reside naquilo que o filósofo Ernst Bloch chamava de princípio esperança .

          É próprio destas instâncias – do utópico, da fantisia e do imaginário – não se adequarem ao dado racional concreto. Antes, contestam o dado pois suspeitam que o dado é sempre feito; tanto o dado quanto o feito não são todo o real. O real é ainda maior. Pertence ao real também o potencial, o que ainda não é mas que pode vir a ser. Por isso, a utopia não se antagoniza com a realidade; revela a dimensão potencial e ideal desta realidade. Já dizia o sábio E.vDurkheim na conclusão de sua famosa obra As formas elementares da vida religiosa: "a sociedade ideal não está fora da sociedade real; é parte dela". E concluía:"somente o ser humano tem a faculdade de conceber o ideal e de acrescentá-lo ao real". Eu diria, de detectá-lo dentro do dado real, fazendo com que este real no qual está o ideal, seja sempre maior que o dado à nossa mão.

          É no interior desta experiência do potencial, do utópico que irrompe o fato religioso. Por isso dizia Rubem Alves, quem melhor no Brasil estudou o "enigma da religião"(título de seu livro):"A intenção da religião não é explicar o mundo. Ela nasce, justamente, do protesto contra este mundo que pode ser descrito e explicado pela ciência. A descrição científica, ao se manter rigorosamente nos limites da realidade instaurada,sacraliza a ordem estabelecida das coisas. A religião, ao contrário, é a voz de uma consciência que não pode encontrar descanso no mundo assim como ele é e que tem como seu projeto transcendê-lo".

        Por esta razão, o religioso é a organização mais ancestral e sistemática da dimensão utópica, inerente ao ser humano. Como bem dizia Bloch:"onde há religião, ai há esperança" de que nem tudo está perdido. Esta esperança é um amor por aquilo que ainda não é, "a convicção de realidades que não se veem" como diz a Epístola aos Hebreus(11,1) mas que são o fundamento do que se espera.

          Quem viu com lucidez esta singularidade do religioso foi o filósofo e matemático Ludwig Wittgenstein que disse: no ser humano não existe apenas a atitude racional e científica que sempre indaga como são as coisas e para tudo procura uma resposta. Existe também a capacidade de extasiar-se: "extasiar-se não pode ser expresso por uma pergunta; por isso não existe também nenhuma resposta". Existe o místico: "o místico não reside no como mundo é, mas no fato de que o mundo exista". A limitação da razão e do espírito científico reside no fato de que eles não têm nada sobre o que calar.

          O religioso e o místico sempre terminam no nobre silêncio, pois não existe em nenhum dicionário a palavra que o possa definir.

          Até aqui falamos do religioso em sua natureza sadia. Mas ele pode ficar doente. Daí nasce a doença do fundamentalismo, do dogmatismo e da exclusividade da verdade. Mas toda doença remete à saúde. O religioso deve ser analisado a partir de sua saúde e não de sua doença. Então o religioso sadio nos torna mais sensíveis e humanos. Sua volta sadia é urgente hoje, pois ele nos ajuda a amar o invisível e tornar real aquilo que ainda não é mas pode ser.

*Leonardo Boff é teólogo, filósofo, escritor, professor, ecologista. Escreveu "Experimentar Deus: a transparência de todas as coisas",Vozes, 2011.

domingo, 2 de março de 2014

OS ANCESTRAIS DO VALONGO Centenário de Abdias do Nascimento

          O Ipeafro abre no dia 14 de março, em cerimônia no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, as comemorações do centenário de Abdias Nascimento, cujo calendário de atividades deve abranger as principais cidades do Brasil, além de eventos em outros países por onde Abdias atuou e construiu sua trajetória de lutas. 

          Artista, intelectual, ativista, parlamentar, militante, o legado de Abdias do Nascimento exemplo e inspiração na construção de uma sociedade mais justa, em tempos onde o racismo e o ódio de classes recrudescem no país. Este ano, o IPEAFRO passa a integrar a Rede Carioca de Pontos de Cultura, com o projeto IPEAFRO GRIOT ABDIAS NASCIMENTO, integrando e articulando ativamente a rede de Cultura Viva Comunitária do Brasil e da América Latina.
 
Viva Abdias e Abaixo a Intolerância! 


A COR DA FÉ - Relações estreitas entre intolerância, raça e religiões de matriz africana



A COR DA FÉ
Relações estreitas entre intolerância, raça e religiões de matriz africana

Artigo de Guilherme Lemos

Quando escuto notícias do tipo “Evangélicos tentam invadir terreiro em Olinda” ou “Traficante evangélico proíbe terreiros no Morro do Dendê”, me pergunto se os lideres religiosos estão realmente passando a mensagem escrita na bíblia ou se as pessoas se cegam diante de intolerâncias medíocres construídas outrora. Cresci num lar protestante e, mesmo me identificando hoje com religiões de matriz africana, faço questão de guardar mensagens para refletir episódios diversos na vida.

Lembro que o princípio teológico regente do cristianismo é a salvação pela fé, numa operação feita pelo Espírito Santo “... pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós é dom de Deus” (Ef 2:8). Diante disso, pergunto a alguns que se dizem cristãos: por que tomam o lugar de Deus tentando converter os outros a suas verdades se o próprio livro sagrado que seguem não lhes permite convencer ninguém? Não seria mais interessante exercer amor ao invés de perseguirem outras crenças? Parece-me que alguns estão muito ocupados com seu próprio umbigo, tão ocupados que só pensam na própria “prosperidade”. A ironia e a cegueira são tantas que destruir um templo umbandista e mantê-lo de portas fechadas é plausível ou ignorável, mas se torna um absurdo a forma como alguns países tratam os cristãos. Não percebem os fanáticos que incorrem no mesmo erro.

Os casos de intolerância religiosa registrados no país pelo “Disque 100” – ouvidoria vinculada à Secretaria de Direitos Humanos – subiram de 15 para 109 entre os anos de 2011 a 2012, sendo os representantes de religiões de matriz africana os mais atingidos. O motivo não poderia ser mais óbvio, em momentos anteriores da história, homens e mulheres africanos foram demonizados por teorias em voga no medievo, consequentemente suas crenças e cultura não escaparam desse olhar disforme que se propaga até os nossos dias. Vários documentos medievais referentes à África reforçam a ideia de que era uma terra corrompida, a terra onde “Satã se enfiou após a queda”, e para completar, interpretaram seus habitantes como os descendestes de Can – o filho de Noé amaldiçoado a servir eternamente seus irmãos (OLIVA,2008). Se você, leitor, se lembrou de Marco Feliciano não foi por acaso, é exatamente essa exegese medieval utilizada pelo indivíduo para justificar a “maldição” da pele negra. Ao fecharmos essa conta o resultado não é somente a moralização da cor da pele, é também a hierarquização das crenças de acordo com suas origens.

Impossível não dizer, por exemplo, que a destruição da imagem de Yemanjá em João Pessoa e em outras cidades não seja consequência da propagação dessas interpretações errôneas sobre as tradições africanas. Afinal, por que os kardecistas não sofrem tanto com a intolerância se comparados aos os umbandistas e candomblecistas? Por que não têm seus espaços invadidos e destruídos? Simples, por mais que ambas partam do princípio da existência de seres encarnados e desencarnados o kardecismo tem origem europeia, tem um “cânone”, um “código de ética”.

Minha esperança é que nesse dia 21 de janeiro (Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa) nossa dívida uns para com os outros não seja a destruição dos símbolos que importam a cada um em suas crenças, mas sim “o amor que não pratica o mal contra o próximo” (Rm 13:10).

“Axé pra quem é de axé
Saravá pra quem é de sarava
Aleluia pra quem é de aleluia
Amém pra quem é de amém
Shalom
Namastê
As-Salamu Alaikum”

Sabor da Fé - Meishu-Sama

Sabor da Fé

Cada coisa tem seu sabor. A matéria, o homem, a vida cotidiana com suas múltiplas facetas, tudo, enfim, tem um sabor peculiar. Se excluirmos da vida o sabor, ela perderá sua atração e o homem não terá mais vontade de viver.
No campo religiosos também existem religiões que tem sabor e as que não o tem. Pode parecer estranho, mas há religiões que despertam verdadeiro pavor. Nelas os adeptos vivem sob o constante temor das divindades, aprisionados pelos dogmas, não gozam da menor liberdade. A esse tipo de Fé, eu denomino de "Fé Infernal".
O objetivo da Fé é alegrar a vida, dar-lhe tranquilidade e permitir que se desfrute o sabor de viver. Então as coisas da natureza se transfiguram: as flores, o vento, a lua, o cântico dos pássaros, a beleza das águas e das montanhas passam a ser vistos como dádivas de Deus para alegria das criaturas. E passamos a agradecer os alimentos, o vestuário e a casa em que vivemos, considerando-os como bênçãos, e a simpatizar com todos os seres, mesmo os irracionais e os inanimados. Sentimos que até o pequenino verme da terra se acha próximo de nós...É o estado de êxtase.
A religião deve levar o homem à despreocupação, que é o estado ideal. Se ele enfrenta um problema, que aprenda a deixá-lo nas mãos de Deus, tão logo sejam aplicados os recursos humanos para a sua solução. Eu procedo assim: aquilo que me parece difícil e incompreensível, remeto aos cuidados do Altíssimo - e dou tempo ao tempo. Numerosas experiências minhas demonstraram que tal prática dá resultados. Mais ainda: eles ultrapassam todos os desejos formulados. Por isso, quando surge algo desagradável, confiando em Deus, eu logo admito que é prenúncio de bons acontecimentos. Acho interessante quando compreendo, depois, que o mal aparente determinou a vinda do bem. Então as preocupações se tornam ridículas, sinto-me grato e percebo que minha vida é um contínuo milagre... 
Eis o que chamo de maravilhoso Sabor da Fé.

Ensinamento de Meishu-Sama
25 de janeiro de 1949
Livro: Alicerce do Paraíso 13ª Edição - Página 423