sábado, 8 de março de 2014

WICCA

 WICCA


*Por Diogo Ribeiro e Og Sperle

          As pessoas procuram nas religiões as respostas às questões existenciais humanas, além de equilíbrio mental, conforto emocional e desenvolvimento espiritual. Quando a Wicca surgiu, na década de 50 do século passado, a sociedade não a levou a sério, e chegou a rotulá-la como mais um sistema mágico ou uma simples filosofia de vida. A Wicca é bem mais do que isso – É uma religião – e com o passar do tempo ela tem conquistado cada vez mais espaço e respeito.

          A Wicca é uma religião que estimula o desenvolvimento pessoal e coletivo, através de uma relação harmônica com o meio ambiente e da convivência pacífica entre as pessoas, pautada na tolerância e no respeito à diversidade. Na Wicca consideramos a natureza sagrada, pois enxergamos em seus ciclos e processos de transformação a própria manifestação dos deuses. Logo, acreditamos que ao celebrar esses ciclos, entramos em sintonia com a natureza e alcançamos um estado de comunhão com o divino. Percebemos o sagrado no todo e o vivenciamos em suas manifestações diárias, pois ele está em nós e ao nosso redor.

         

Crenças Wiccanas

       A Wicca é uma religião neopagã, mítica, politeísta, iniciática, de culto dualista e orientação matrifocal.

         A palavra paganismo vem do termo latino “paganni”, que significa “do campo”, referindo-se aos povos essencialmente agrícolas, seus costumes e crenças. Portanto, religiões pagãs eram todas aquelas onde se cultuavam os deuses da natureza e seus fenômenos, geralmente objetivando garantir boas colheitas. Como atualmente nossa sociedade não é mais basicamente agrária, e nem cultuamos os antigos deuses exatamente como no passado, hoje utilizamos o termo neopagão.

      Religiões míticas são aquelas baseada em algum sistema mitológico, onde os deuses são personagens em histórias que teriam acontecido no passado, mas que são relembradas e vivenciadas através de ritos e cerimônias. A wicca não tem uma mitologia única, pois cada tradição cultua diferentes panteões de deuses. O que todas as tradições têm em comum, independente de quais deuses cultuam, é que eles são os responsáveis pela sucessão dos ciclos sazonais.

          O politeísmo é a crença e culto em vários deuses, com atributos e personalidades próprias, em oposição ao conceito de Monoteísmo, que prega a existência de um único deus todo-poderoso.

       Religiões iniciáticas são aquelas onde é necessário passar por um determinado período de preparação e alguns ritos, para que uma pessoa possa ser considerada oficialmente um membro.

          O dualismo é a crença de que, dentro de tudo que existe no universo, existem forças opostas e complementares, como luz e trevas, masculino e feminino, yin e yang. Assim, a Wicca possui um culto dualista, porque, apesar de acreditarmos em vários deuses, durante nossas celebrações escolhemos um casal de deuses para representar a Grande Deusa Mãe, e sua contraparte, o Deus Cornífero.

        O matriarcado era uma estrutura de organização social presente na maioria das antigas civilizações. Nessas sociedades, a mulher tinha um papel de destaque, onde elas assumiam a liderança familiar e religiosa. O feminino era reverenciado pelo fato de somente as fêmeas serem capazes de dar à luz – um atributo mágico e sagrado da natureza, que é a Grande Deusa Mãe. Apesar disso, nessas sociedades, homens e mulheres eram tratados como iguais; diferente da atual sociedade patriarcal em que vivemos, onde a mulher é considerara inferior aos homens. Da mesma forma, na Wicca valorizamos a igualdade entre os gêneros. Os homens apenas precisam ter um respeito especial pelas mulheres, pois todos nasceram de uma mulher.

*Diogo Ribeiro é sacerdote wiccano. Og Sperle, sacerdote wiccano, presidente da União Wicca do Brasil - UWB. Artigo publicado no site da UWB http://uniaowiccadobrasil.org.br

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