WICCA
*Por Diogo Ribeiro e Og Sperle
As pessoas procuram nas religiões as respostas às
questões existenciais humanas, além de equilíbrio mental, conforto emocional e
desenvolvimento espiritual. Quando a Wicca surgiu, na década de 50 do século
passado, a sociedade não a levou a sério, e chegou a rotulá-la como mais um
sistema mágico ou uma simples filosofia de vida. A Wicca é bem mais do que isso
– É uma religião – e com o passar do tempo ela tem conquistado cada vez mais
espaço e respeito.
A Wicca é uma religião que estimula o
desenvolvimento pessoal e coletivo, através de uma relação harmônica com o meio
ambiente e da convivência pacífica entre as pessoas, pautada na tolerância e no
respeito à diversidade. Na Wicca consideramos a natureza sagrada, pois
enxergamos em seus ciclos e processos de transformação a própria manifestação
dos deuses. Logo, acreditamos que ao celebrar esses ciclos, entramos em
sintonia com a natureza e alcançamos um estado de comunhão com o divino.
Percebemos o sagrado no todo e o vivenciamos em suas manifestações diárias,
pois ele está em nós e ao nosso redor.
Crenças Wiccanas
A Wicca é uma religião neopagã, mítica,
politeísta, iniciática, de culto dualista e orientação matrifocal.
A palavra paganismo vem
do termo latino “paganni”, que significa “do campo”, referindo-se aos
povos essencialmente agrícolas, seus costumes e crenças. Portanto, religiões
pagãs eram todas aquelas onde se cultuavam os deuses da natureza e seus
fenômenos, geralmente objetivando garantir boas colheitas. Como atualmente
nossa sociedade não é mais basicamente agrária, e nem cultuamos os antigos
deuses exatamente como no passado, hoje utilizamos o termo neopagão.
Religiões míticas são
aquelas baseada em algum sistema mitológico, onde os deuses são personagens em
histórias que teriam acontecido no passado, mas que são relembradas e
vivenciadas através de ritos e cerimônias. A wicca não tem uma mitologia única,
pois cada tradição cultua diferentes panteões de deuses. O que todas as
tradições têm em comum, independente de quais deuses cultuam, é que eles são os
responsáveis pela sucessão dos ciclos sazonais.
O politeísmo é a crença e
culto em vários deuses, com atributos e personalidades próprias, em oposição ao
conceito de Monoteísmo, que prega a existência de um único deus todo-poderoso.
Religiões iniciáticas são
aquelas onde é necessário passar por um determinado período de preparação e
alguns ritos, para que uma pessoa possa ser considerada oficialmente um membro.
O dualismo é a crença de
que, dentro de tudo que existe no universo, existem forças opostas e
complementares, como luz e trevas, masculino e feminino, yin e yang. Assim, a
Wicca possui um culto dualista, porque, apesar de acreditarmos em vários
deuses, durante nossas celebrações escolhemos um casal de deuses para
representar a Grande Deusa Mãe, e sua contraparte, o Deus Cornífero.
O matriarcado era uma
estrutura de organização social presente na maioria das antigas civilizações.
Nessas sociedades, a mulher tinha um papel de destaque, onde elas assumiam a
liderança familiar e religiosa. O feminino era reverenciado pelo fato de
somente as fêmeas serem capazes de dar à luz – um atributo mágico e sagrado da
natureza, que é a Grande Deusa Mãe. Apesar disso, nessas sociedades, homens e
mulheres eram tratados como iguais; diferente da atual sociedade patriarcal em
que vivemos, onde a mulher é considerara inferior aos homens. Da mesma forma,
na Wicca valorizamos a igualdade entre os gêneros. Os homens apenas precisam
ter um respeito especial pelas mulheres, pois todos nasceram de uma mulher.
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